quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O PROCESSO NORMAL DAS CALCIFICAÇÕES

Os minerais destinados a compor os tecidos duros do organismo são obtidos a partir dos alimentos ingeridos. A absorção desses minerais é feita no tubo digestivo e, por intermédio da corrente sanguínea, são transportados até os capilares, difundindo-se pelo interstício, onde podem encontrar uma matriz orgânica favorável à sua precipitação. Quando isso ocorre, diz-se que o tecido foi mineralizado, ou mais especificamente em relação ao íon cálcio, foi calcificado. A hidroxiapatita (um composto com 10 átomos de cálcio, seis grupos fosfato e duas hidroxilas) é a forma mais comum de precipitação de minerais nos processos de calcificação. A sua formação segue regras físico-químicas que envolvem o equilíbrio das concentrações do cálcio e do fosfato no plasma e no líquido extracelular. As concentrações desses íons nesses dois sistemas estão quimicamente prontas para, a qualquer pequena alteração na sua quantidade, combinarem-se e se precipitarem, formando um "núcleo inicial" de hidroxiapatita. A partir desse núcleo, mais íons cálcio e fosfato vão se depositando, o que transforma a matriz orgânica em uma matriz mineralizada. Alguns fatores locais teciduais regulam esse processo de precipitação da hidroxiapatita nos locais destinados à recebê-la, já que pequenas alterações nas concentrações de cálcio e fosfato podem desencadear a calcificação. Enzimas, como a fosfatase, facilitam a liberação dos fosfatos, assim como a alcalinidade aumenta a relação Ca2+/PO4-. Hormônios e algumas proteínas também influenciam nas concentrações iônicas, principalmente dos níveis calcêmicos. O cálcio, por exemplo, encontra-se conjugado a proteínas quando entra na corrente sanguínea, para que não se combine com outros elementos ou que saia da circulação, fatos que favoreceriam a sua precipitação em locais indesejados.

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