sábado, 15 de agosto de 2009

Mangostão : Uma dádiva para a sua saúde

Anti-cancerígeno

O cancro começa sempre com uma única mudança numa única célula. Diariamente o sistema imunitário literalmente elimina imensas células aberrantes, que se poderiam tornar cancerígenas. A actividade anti-cancerígena dos fitocêuticos está bem documentada. Proantocianidinas, catequinas (derivadas de taninos) e polissacáridos, encontrados em muitas plantas e em altas concentrações no Mangostão, já demonstraram, em laboratório, terem capacidade protectora contra o cancro, em pelo menos três vertentes distintas:

  1. Previnem a formação de compostos carginogénicos ao bloquearem os co-carcinogénicos (como sejam: o fumo do tabaco, o álcool, as inflamações locais crónicas ou até o uso prolongado de contraceptivos orais, entre outros factores);
  2. Estimulam as defesas naturais que promovem a desintoxicação do organismo;
  3. Suprimem directamente o desenvolvimento de tumores.

Por tudo isto, o Mangostão é útil quando utilizado em conjugação com outros tratamentos que a medicina oferece para o cancro, e proporciona todos os seus benefícios sem haver necessidade de parar qualquer outra terapia.

O que diz a ciência???

Os seguintes estudos constam, mais detalhadamente, no Compêndio Clínico.

Anti-cancer effects of xanthones from pericarps of mangosteen.

Os autores já tinham feito um estudo sobre os efeitos que quatro xantonas preniladas (i.e. submetidas à adição de moléculas hidrofóbicas*) têm no impedimento da proliferação de várias células cancerígenas humanas. Tratou-se das xantonas alpha-mangostin, beta-mangostin, gamma-mangostin, e methoxy-beta-mangostin, sendo que todas elas, excepto a methoxy-beta-mangostin, inibiram fortemente a proliferação de células DLD-1 do cancro do cólon.

Neste estudo, pretende-se explicar o mecanismo que faz com que as referidas xantonas inibam o desenvolvimento das células DLD-1. Os investigadores confirmaram que estas xantonas interferem no ciclo celular das células cancerígenas em várias vertentes, sendo que a alpha-mangostin induz a apoptose* destas células. Concluiram também que existem efeitos sinergéticos no tratamento combinado da droga 5-FU e de alpha-mangostin. Em cobaias, verificou-se ainda que a alpha-mangostin tem um efeito preventivo de carcinogénese. Concluiram também que, quer a alpha-mangostin, quer a gamma-mangostin, promovem a actividade das células exterminadoras naturais* em cobaias.

Estas evidências indicam pois que o desenvolvimento das xantonas enquanto agentes para a prevenção do cancro deve ser tido em conta, bem como deve ser considerada a sua combinação com terapias baseadas em medicamentos de combate ao cancro.

Antiproliferation, antioxidation and induction of apoptosis by Garcinia mangostana (mangosteen) on SKBR3 human breast cancer cell line.

Este estudo teve como objectivo determinar os capacidades de anti-proliferação, de apoptose* e antioxidativas, do extracto do pericarpo do Mangostão, sobre células SKBR3 do cancro da mama. Estas células foram cultivadas e submetidas ao extracto do pericarpo do Mangostão.

Os cientistas confirmaram o efeito anti-proliferativo daquele extracto, e confirmaram que o mesmo estava associado à apoptose* das células cancerígenas. A confirmação da apoptose* foi feita porque ocorreram alterações morfológicas, bem como fragmentação oligonucleossomal do ADN (que é um processo que ocorre quando existe apoptose*). Adicionalmente, os cientistas verificaram ainda que aquele extracto tem capacidade para inibir a produção de espécies reactivas de oxigénio (radicais livres).

Concluíram pois que o extracto do pericarpo do Mangostão tem fortes capacidades anti-proliferativas, antioxidantes e promotoras de apoptose* das células cancerígenas, o que indica que este extracto tem potencial para a ser utilizado farmacologicamente na prevenção deste tipo de cancro.

Garcinone E, a xanthone derivative, has potent cytotoxic effect against hepatocellular carcinoma cell lines.

O tratamento do cancro hepático através de quimioterapia, tem geralmente desapontado e é mais do que necessário ter novas e mais eficientes abordagens assentes em novos fármacos.

Os investigadores extraíram e purificaram 6 compostos de xantonas do pericarpo do Mangostão. Fizeram, com este extracto, testes em 14 linhas diferentes de cancro hepático humano. Vários agentes da quimioterapia foram incluídos neste teste, para termo de comparação.

Os resultados demonstraram que um dos derivados das xantonas, a garcinone E, tem um potente efeito citotóxico (ou seja, elimina células), em todas as linhas de células cancerígenas hepáticas, bem como noutras linhas de células cancerígenas, gástricas e do pulmão, que foram igualmente incluídas neste estudo.

Os investigadores concluíram que a garcinone E pode ser fortemente útil no tratamento de certos tipos de cancros.

Inhibitory effects of crude alpha-mangostin, a xanthone derivative, on two different categories of colon preneoplastic lesions induced by 1, 2- dimethylhydrazine in the rat.

Pretendeu-se com este estudo analisar o impacto da xantona alpha-mangostin em termos de efeitos preventivos a curto-prazo, do surgimento de lesões pré-neoplásicas relativas a cancro do cólon de cobaias.

Trinta e três cobaias com cinco semanas de idade, foram divididas em cinco grupos. Aos grupos 1 a 3 foi dada uma injecção de 1,2-Dimethylhydrazine (utilizado para provocar cancro do cólon nas cobaias) por semana durante duas semanas. Às cobaias dos grupos 2 e 3, uma semana antes de iniciarem aquelas injecções, teve início a administração de uma dieta alimentar contendo respectivamente 0,02% e 0,05% da xantona alpha-mangostin. Esta dieta durou 5 semanas. Às cobaias do grupo 4 foi também administrada uma dieta com 0,05% de alpha-mangostin, enquanto que as cobaias do grupo 5 serviram de controlo, sem qualquer tratamento.

A experiência terminou cinco semanas depois de iniciar. Ambas as doses de alpha-mangostin, administradas aos grupos 2 e 3, exibiram uma capacidade inibitória de indução e/ou desenvolvimento de lesões pré-neoplásicas relativas a cancro do cólon, quando comparado com o grupo 1. Além disso, verificou-se que a administração de 0,05% de alpha-mangostin, ao grupo 3, diminuiu significativamente, comparativamente ao grupo 1, as displasias e a acumulação de beta-cateninas (que funcionam como oncogene, ou seja, que promovem a transformação de uma célula saudável numa célula cancerígena). As lesões detectadas nos grupos 2 e 3 foram igualmente significativamente mais baixas que as detectadas no grupo 1, e este efeito teve correlação com a dose de alpha-mangostin.

Os investigadores concluíram que a alpha-mangostin tem, curto-prazo, fortíssimos efeitos preventivos no cancro do cólon, e este estudo sugere ainda que exposições mais prolongadas podem resultar na supressão do desenvolvimento tumoral.

Um comentário:

  1. Muito bom. Boa seleção de material. Diversificado. Parabéns.

    Claro, que a medida que for evoluindo o blog, eu espero encontrar textos formulados pelos membros da equipe. Eu tenho convicção de que serão ainda mais bem elaborados do que os selecionados. Confio na capacidade de elaboração de idéias dos autores deste blog.

    Bola pra frente.

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