sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Câncer bucal: Desafios e perspectivas para o enfrentamento do problema


Entrevista

Nesta edição, a RBPO tem o prazer de fazer uma entrevista um pouco diferente. Na verdade, a professora Valéria Souza Freitas nos contará de maneira geral sobre câncer bucal e sua visão sobre o tema. O depoimento foi coletado pelo nosso Editor Prof. Dr. Márcio Campos de Oliveira

Profa. Valéria Souza Freitas - Especialista e Mestre em Saúde Coletiva, Coordenadora do Núcleo de Câncer Oral da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)

O câncer bucal é um problema de saúde pública no Brasil e em muitos países, devido aos altos indicadores de morbi-mortalidade. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa de incidência de câncer para 2005, no Brasil, indicou ser o câncer de boca o oitavo tumor mais freqüente entre os homens e o nono entre as mulheres, com respectivamente, 9.985 e 3.895 novos casos, perfazendo um total de 13.880 casos novos. Embora a incidência e mortalidade por câncer bucal variem em diferentes regiões do mundo, os maiores índices da doença são verificados em países em desenvolvimento.

Um dos aspectos mais críticos do câncer de boca é que a maior parte dos casos chega aos hospitais especializados em estágio avançado, aumentando as possibilidades de mutilações e reduzindo as de cura. Neste aspecto, a doença reverte-se em alto custo econômico e social para o Estado e para a família, devido à dificuldade de reintegração do indivíduo mutilado na sociedade.

Os principais fatores de risco para o câncer bucal são o hábito de fumar e a ingestão de bebidas alcoólicas. Entretanto, fatores outros como infecções viróticas, fatores genéticos e dieta também têm sido relacionados à doença.

A história natural do câncer bucal tem seu início a partir da exposição do indivíduo a agentes carcinógenos físicos, químicos ou biológicos. A exposição contínua poder lesionar o ácido desoxirribonucléico (DNA), produzindo mutações, fraturas cromossômicas e outras alterações do material genético. Na fase pré-clínica, não há possibilidade de o profissional de saúde detectar a doença. Porém, medidas preventivas como a conscientização dos indivíduos para a remissão do uso de produtos derivados do tabaco e para a redução da ingestão de bebidas alcoólicas, bem como a motivação para hábitos alimentares saudáveis podem contribuir para evitar a evolução da doença. Na fase clínica, em que muitas vezes é perceptível a presença de lesão cancerizável ou neoplásica, o diagnóstico e o tratamento precoce podem e devem ser estabelecidos.

A história natural do câncer de boca indica, portanto, que a doença apresenta, em muitas situações, um curso relativamente longo, que pode ser precedido de lesões cancerizáveis e perceptíveis, o que facilita o diagnóstico da doença. A minuciosa inspeção e palpação da cavidade bucal, o conhecimento sobre os fatores de risco e o exame histopatológico da peça cirúrgica biopsiada são fundamentais para o diagnóstico conclusivo. Portanto, a progressão do tumor, o preparo do cirurgião-dentista para o diagnóstico e o acesso ao sistema de saúde para tratamento determinarão a lógica da evolução da doença.

E o que tem dificultado o diagnóstico precoce do câncer de boca já que a cavidade bucal é um local de fácil acesso e seu exame minucioso não requer alta tecnologia? Os procedimentos e exames complementares para a confirmação deste diagnóstico, sendo relativamente simples e de baixo custo, não deveriam facilitar o diagnóstico precoce da doença? Os fatores de risco para a doença, em sua maioria de ordem sócio-ambiental, não são passíveis de prevenção?

Acreditamos que, para o diagnóstico precoce e prevenção do câncer de boca, são necessárias políticas públicas direcionadas ao problema que facilitem o aumento do conhecimento da população acerca dos fatores de risco, sinais e sintomas comuns da doença e que permitam a sensibilização para o auto-exame da boca.
Um investimento crescente na formação e educação continuada dos cirurgiões-dentistas, proporcionando um atendimento humanizado e de qualidade nos serviços públicos de saúde também deve ser estabelecido como ação prioritária, visto que a maior parte dos casos são detectados em indivíduos de baixa renda e que dependem, em sua grande maioria, do Sistema Único de Saúde (SUS).

A formação dos cirurgiões-dentistas é uma situação delicada se considerarmos que a maior parte dos currículos de Odontologia apresentam componentes curriculares que abordam o problema do câncer de boca de forma fragmentada e com ênfase nos aspectos biológicos e de intervenção. Assim, até que ponto uma formação fragmentada, com pouca integração de componentes básicos e profissionalizantes e pouca valorização de componentes humanísticos (o que facilitaria a sensibilização do cirurgião-dentista para o problema) tem redundado na formação de profissionais capazes de enfrentar o problema?

A formação continuada dos profissionais de saúde deve envolver especialmente aqueles que integram o Programa de Saúde da Família e as Equipes de Saúde Bucal (ESB), incluindo os agentes comunitários de saúde. As atividades das ESB devem englobar atividades educativas para a redução de fatores de risco, o rastreamento de lesões cancerizáveis (screening) de forma a facilitar o diagnóstico precoce da doença, além da motivação da população para a realização periódica do auto-exame da boca.

Entretanto, de nada adianta os cirurgiões-dentistas estarem realizando o diagnóstico precoce do câncer bucal se o sistema público de saúde não tiver a capacidade de absorver e tratar os casos. Portanto, uma política séria de atenção ao problema requer uma melhor estruturação e investimento neste sistema de modo a reduzir o intervalo de tempo entre o diagnóstico e o tratamento da doença.

Combater o câncer de boca torna-se, portanto, um grande desafio para as Universidades responsáveis pela formação dos profissionais de saúde, para o sistema público de saúde, para os cirurgiões-dentistas e para a população.


Fonte: Revista Brasileira de Patologia Oral

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

REPARO



A cicatrização e regeneração não são processos degenerativos, nem neoplásicos, logo têm de ser enquadrados no processo inflamatório. Quando se inicia um processo inflamatório, que é sempre um mecanismo de defesa contra um agente agressor, simultaneamente, também se dá início aos mecanismos desencadeadores de cicatrização e regeneração.
Os tecidos são classificados de acordo com a capacidade de proliferar, com a capacidade das células entrarem no ciclo celular, não no período embrionário, mas no período da vida adulta.
Se um tecido for constituído por células lábeis, ou estáveis vai haver regeneração. Porque o tecido é capaz de reparar por proliferação aquelas células que morreram.
Mas no caso de ser um tecido constituído por células permanentes, mesmo que a intensidade da agressão seja pequena, vai haver reparação por cicatrização.
Se a lesão tecidual for extensa, vai haver grande destruição do tecido, mesmo que isto aconteça num tecido de células lábeis e estáveis, isto pode evoluir para uma reparação por cicatrização, dependendo da intensidade da agressão.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Porque é que o fígado, sendo um órgão por excelência de regeneração, leva a cirrose devido ao alcolismo crônico?





O próprio termo cirrose significa fibrose. O que acontece é que antes de chegar a cirrose o alcoolismo crónico provocou um processo inflamatório: Hepatite alcoólica. E a partir desta é que evoluiu para cirrose. Mas neste processo inflamatório há destruição da membrana basal, e portanto o fígado regenera. Só que regenera duma forma desordenada: forma nódulos. Esses nódulos cercados por fibrose constituem a Cirrose Hepática.
 

Caju se transforma em poderoso cicatrizante

Película feita a partir do suco da fruta é indicada para queimaduras e feridas. Pesquisadora revela os segredos da medicina popular e ensina quem não tem dinheiro a colher remédios no quintal.


Uma paisagem tropical. Quem olha, percebe logo uma fruta bastante conhecida de todos os brasileiros, saborosa, rica em vitamina C e ferro. Mas o que nem todo mundo enxerga no caju é um poderoso tratamento natural, já confirmado pela ciência, que recebeu o nome de acajumembrana: uma película feita a partir do suco de caju, indicada para queimaduras e feridas.

"Foi um remédio muito bom que purificou e sarou", conta a dona de casa Valdete de Andrade Cavalcanti, que há pouco mais de dois meses mal conseguia andar. Sofria com um ferimento crônico, provocado pelas varizes. Foi diariamente ao hospital, para fazer curativo, durante dois anos, sem resultado. A vida dela mudou depois do tratamento natural. Ela conta que em menos de dois meses o ferimento fechou com a acajumembrana.Além de dona Valdete, outras 45 pessoas já se trataram com a película natural do caju, que tem propriedades cicatrizante, antiinflamatória e analgésica. A acajumembrana foi descoberta pela pesquisadora Salete Horácio da Silva, professora da Faculdade de Enfermagem de João Pessoa, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que há mais de 20 anos se dedica a descobrir e comprovar cientificamente o poder das plantas. "Leva de 15 dias a um mês para ficar pronto. É um processo natural da fermentação", diz. O processo tem de ser no laboratório, mas a aplicação é simples. É só cortar a película do tamanho que quiser e colocar em cima do machucado. A membrana do caju vai aderir como uma segunda pele. E o melhor de tudo: não pesa no bolso. "É uma economia estupenda no bolso do usuário, porque uma pomadinha custa entre R$ 15 e R$ 20, e isso aqui praticamente fica de graça", ressalta a pesquisadora, que não pretende ganhar dinheiro com a descoberta. O tratamento é distribuído de graça para as pessoas mais necessitadas, que contribuem doando matéria-prima, ou seja, caju. "Do cajueiro, tudo se aproveita – desde a raiz até a folha mais novinha. A folha mais tenra serve para afta. É preciso fazer uma infusão e bochechar. A raiz serve para problemas intestinais e respiratórios. A casca serve para tosse", descreve a pesquisadora. De chá a pasta de dente, muitas riquezas são extraídas dessa árvore, que já foi muito disputada. "Os índios faziam guerras para ocupar os espaços onde havia mais cajueiros, para festejar, casar, brincar", conta Salete Horácio da Silva. Muito antes de o Brasil ser descoberto, os índios potiguara habitavam o litoral da Paraíba, onde permanecem até hoje e guardam com eles um conhecimento ancestral sobre o uso da plantas medicinais. É esse saber popular, repassado de geração em geração, que despertou o interesse dos pesquisadores que têm muito o que aprender com os índios. E foi justamente em uma aldeia potigara que a professora Salete Horácio da Silva descobriu a acajumembrana, dez anos atrás. Hoje ela retorna uma vez por semana para distribuir remédios caseiros e ensinar princípios básicos de saúde e higiene. Mas, acima de tudo trocar, experiências. "À medida que conversamos com o povo aprendemos e ensinamos", diz a pesquisadora. A casa da índia potiguara Lenita da Silva, mulher do cacique Vicente, funciona como ponto de encontro dos moradores. No local, gente simples, sem condições de comprar medicamentos convencionais, se reúne para aprender com a pesquisadora. "Mastruz é bom para tosse", ensina. A sabedoria desse povo é herdada junto com muitas tradições. O costume é antigo e em quase toda casa da aldeia se encontra um cantinho com ervas medicinais. É como se fosse uma pequena farmácia, sempre ao alcance dos moradores. Dona Lenita põe para secar as plantas que ela mais usa junto à imagem de Jesus Cristo. "A flor da sabugueira é para febre; o feijão-gandu, para tosse; a colônia, para depressão", relata. Quando recebe visita, dona Lenita costuma ir para a cozinha fazer um chá. "Chá de hortelã miúda é bom para digestão e abre o apetite. Eu acredito no efeito curativo das plantas. Se não fossem minhas plantas, não sei o que seria de mim. Planta é um santo remédio, nunca há de faltar na minha casa. Em todo canto eu planto", diz. Para Salete Horácio da Silva, essa comunhão entre os conhecimentos popular e científico virou uma missão de vida. "Eu tenho admiração pelos índios, porque eles amam a natureza. Eu dou minha vida por isso. Eu vivo para isso. Essa é a minha missão", conclui.

FONTE: Globo Repórte

sábado, 10 de outubro de 2009

Oração do DNA



Creio no DNA todo poderoso
criador de todos os seres vivos,
creio no RNA,
seu único filho,
que foi concebido por ordem a graça do DNA polimerase.
Nasceu como transcrito primário
padeceu sobre o poder das nucleases, metilases e poliadenilases.
Foi processado, modificado e transportado.
Desceu do citoplasma e em poucos segundos foi traduzido à proteína.
Subiu pelo retículo endoplasmático e o complexo de Golgi
E está ancorado à direita de uma proteína G
Na membrana plasmática
De onde há de vir a controlar a transdução de sinais
Em células normais e apoptóticas
Creio na Biologia Molecular
Na terapia gênica e na biotecnologia
No seqüenciamento do genoma humano
Na correção de mutações
Na clonagem da Dolly
Na vida eterna.
Amém!!!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dia Nacional de Doação de Leite



O leite humano é muito importante para todos os recém-nascidos. ele alimenta e protege o bebê contra diarreia, infecções respiratórias, diabete, alergia.

Fonte: Minitério da Saúde