sexta-feira, 28 de agosto de 2009

PREVENÇÃO DE CÁLCULOS BILIARES ATRAVÉS DO CHÁ

Um estudo publicado pelo Internacional Journal of Cancer revela que o chá reduz o risco de cálculos biliares e de cancro, sobretudo em mulheres. O chá verde é referido pela autora do estudo, Ann W.Hsing, como o mais eficaz neste tipo de prevenção. No estudo foram observados os casos de 627 doentes com cancro nos cálculos biliares, sendo comparados a 959 sem historial clínico neste domínio. Deste últimos, 40% eram consumidores de chá. Esta categoria incluiu todos quantos bebiam pelo menos uma chavena por dia durante seis meses. Os resultados revelaram que os efeitos do chá eram mais marcantes no caso das mulheres. Em 27% o risco de cálculos biliares desapareceu e em 44% ficou afastada a hipótese de cancro na vesícula. A investigadora admite que certos químicos no chá tenham uma ação anti-inflamatória, impedindo por isso o crescimento anormal das células.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um Mineral Básico e Essencial

No ser humano, o cálcio é o mais importante componente dos tecidos mineralizados. Ele exerce o importante papel estrutural e mecânico, pois, combinado com o fósforo, forma a hidroxiapatite, estrutura cristalina dos ossos e dentes, conferindo-lhes massa, dureza e resistência. Outras funções reguladoras no processo bioquímico corpóreo também envolvem o cálcio, como a contracção muscular, a transmissão de impulsos nervosos, a activação de enzimas, a participação nas actividades e papéis da hormona para-tiróideia (PTH), a calcitonina e a vitamina D, além da passagem de fluidos através de membranas plas-máticas e a acção na coagulação sanguínea. Ele actua como um transmissor de sinais de fora para o interior da célula ou como activador das proteínas funcionais. A ligação do cálcio a várias proteínas celulares, que englobam desde as proteínas envolvidas com o movimento celular e a contracção muscular até à transmissão nervosa e a divisão da célula, promove a activação das suas funções exclusivas. Com o envelhecimento, o organismo tende a acumular cálcio em vários tecidos danificados, como placas ateroscleróticas nas artérias, cicatrizes e até mesmo nas cartilagens costais. É a chamada calcificação distrófica, associada ao dano do tecido e morte celular.
Absorção
A absorção do cálcio varia de 10 a 60%. Trata-se de um processo complexo influenciado pela quantidade disponível de vitamina D, a existência de pH ácido na parte superior do tubo intestinal, motilidade gastrointestinal normal, tempo de trânsito intestinal e a presença de lactose e aminoácidos.
Deficiência dietética
Se houver deficiência de cálcio na alimentação, o organismo tende a manter os seus níveis sanguíneos de três formas:
(1) diminuindo a excreção;
(2) aumentando a absorção; e
(3) retirando dos ossos (levando à osteoporose).
Necessidade diária
As necessidades diárias de cálcio variam de pessoa para pessoa. Estão associadas a factores como idade, ingestão de outros nutrientes, existência de doenças, uso de medicamentos e nível de estrogéneo.

ÚLCERAS DE BURULI

Cientistas portugueses colaboram com o isolamento do agente infeccioso da úlcera de Buruli!!! Duas equipas de investigadores portugueses participam numa equipa internacional que conseguiu isolar o agente infeccioso da úlcera de Buruli, uma doença muito grave emergentes nos países tropicais em desenvolvimento, sobretudo na África Central e Ocidental.
É uma doença tropical negligenciada que pode ser tratada, é causada pela micobacterium ulcerans, da família das bactérias que causam a tuberculose e a lepra. A doença caracteriza-se por lesões cutâneas que persistem, sem cicatrização. Foi identificada em cerca de 30 países, tanto de África como da América Latina, Ásia e Austrália. Embora descrita desde 1948, persistem muitas dúvidas sobre a transmissão, profilaxia e tratamento desta doença necrotizante da pele e tecido subcutâneo manifestada por úlceras cutâneas que pode atingir áreas extensas do corpo, desfigurando e incapacitando permanentemente os indivíduos afetados. A Úlcera de Buruli não se transmite por contágio direto entre pessoas e havia a possibilidade de a transmissão ocorrer a partir de uma forte ambiental, nomeadamente em áreas perto de rios, pântanos e águas estagnadas. O agente infecciosso virulento existe em insetos aquáticos nas zonas endémicas da doença, poderão desenvolver-se estratégias para evitar a sua transmissão aos seres humanos.

CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA

A calcificação patológica constitui um processo mórbido de origem nas alterações metabólicas celulares. Essas alterações induzem a uma deposição anormal de sais de cálcio e outros sais minerais heterotopicamente, ou seja, em locais onde não é comum a sua deposição. Em outras palavras, a calcificação patológica é assim definida por se localizar fora do tecido ósseo ou dental, em situações de alteração da homeostase e da morfostase. O mecanismo das calcificações patológicas segue o mesmo princípio das calcificações normais, ou seja, sempre deve se formar um núcleo inicial, principalmente de hidroxiapatita, que no caso é heterotópico. Esse núcleo pode, por exemplo, iniciar-se nas mitocôndrias, sede celular dos depósitos normais de cálcio na célula, quando esta entra em contato com grandes concentrações desse íon no citosol ou no líquido extracelular.
Dependendo da situação envolvida em cada alteração funcional ou morfológica do tecido, podem-se distinguir três tipos de calcificação heterotópica: distrófica, metastática e por calculose (ou litíase).
CALSIFICAÇÃO DISTROFICA

Incrustração de sais em tecidos previamente lesados, com processos regressivos ou necrose.

Os cristais de fosfato de cálcio depositados nas calcificações patológicas são similares à hidroxiapatita do osso. A deposição ocorre em duas etapas: iniciação (ou nucleação) e proliferação (ou crescimento). A nucleação é a acomodação dos hexágonos de hidroxiapatita na intimidade da molécula de colágeno ou de osteonectina. A fase intracelular da nucleação ocorre nas mitocôndrias de células mortas ou lesadas. A fase extracelular ocorre em estruturas denominadas "vesículas da matriz", - organelas extracelulares que têm composição e atividade enzimática distinta das membranas plasmáticas que lhes deram origem. Possuem 25 a 250 nm de diâmetro e são originadas de células degeneradas ou necróticas, na vizinhança da área de calcificação. Fosfolipídios ácidos presentes nessas vesículas, principalmente a fosfatidilserina, agem como captadores e precipitadores de cálcio. Além disso, fosfatases também presentes nessas vesículas parecem reprimir os mecanismos inibitórios da precipitação dos sais, representados pelos pirofosfatos e proteoglicanos. A proteólise destes aumenta a formação da hidroxiapatita por permitir maior mobilidade de íons, facilitando a saturação dos fluidos extracelulares. A etapa de proliferação do núcleo é a progressão autocatalítica da deposição dos sais e é influenciada por múltiplos fatores extracelulares, tais como: cálcio, fósforo e fosfatase alcalina, análogos da osteocalcina, osteopontina, pH do tecido, vitamina D, balanço hormonal, suprimento sangüíneo e solução de continuidade de tecidos moles.

CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA

Calcificação heterotópica provocada pelo aumento da calcemia em tecidos onde não exista necessariamente lesão prévia.

A Insuficiência renal crônica provoca retenção de fosfatos (hiperfosfatemia por hipofosfatúria) o que determinará maior secreção de paratôrmonio no sentido de se equilibrar a relação cálcio-fósforo no sangue. Assim, a hiperfosfatemia induz a elevação da calcemia por excessiva mobilização óssea, às vezes ultrapassando o limiar de solubilidade do cálcio e fósforo no plasma, permitindo a sua precipitação nos tecidos.

O PROCESSO NORMAL DAS CALCIFICAÇÕES

Os minerais destinados a compor os tecidos duros do organismo são obtidos a partir dos alimentos ingeridos. A absorção desses minerais é feita no tubo digestivo e, por intermédio da corrente sanguínea, são transportados até os capilares, difundindo-se pelo interstício, onde podem encontrar uma matriz orgânica favorável à sua precipitação. Quando isso ocorre, diz-se que o tecido foi mineralizado, ou mais especificamente em relação ao íon cálcio, foi calcificado. A hidroxiapatita (um composto com 10 átomos de cálcio, seis grupos fosfato e duas hidroxilas) é a forma mais comum de precipitação de minerais nos processos de calcificação. A sua formação segue regras físico-químicas que envolvem o equilíbrio das concentrações do cálcio e do fosfato no plasma e no líquido extracelular. As concentrações desses íons nesses dois sistemas estão quimicamente prontas para, a qualquer pequena alteração na sua quantidade, combinarem-se e se precipitarem, formando um "núcleo inicial" de hidroxiapatita. A partir desse núcleo, mais íons cálcio e fosfato vão se depositando, o que transforma a matriz orgânica em uma matriz mineralizada. Alguns fatores locais teciduais regulam esse processo de precipitação da hidroxiapatita nos locais destinados à recebê-la, já que pequenas alterações nas concentrações de cálcio e fosfato podem desencadear a calcificação. Enzimas, como a fosfatase, facilitam a liberação dos fosfatos, assim como a alcalinidade aumenta a relação Ca2+/PO4-. Hormônios e algumas proteínas também influenciam nas concentrações iônicas, principalmente dos níveis calcêmicos. O cálcio, por exemplo, encontra-se conjugado a proteínas quando entra na corrente sanguínea, para que não se combine com outros elementos ou que saia da circulação, fatos que favoreceriam a sua precipitação em locais indesejados.

domingo, 23 de agosto de 2009

QUEM GOSTA DE PIPOCA NO CINEMA...

Pipoca pode ajudar a evitar câncer, dizem cientistas
A pipoca e outros cereais matinais contém “quantidades surpreendentes” de substâncias antioxidantes conhecidas como polifenóis – que têm potencial de diminuir o risco de câncer e doenças cardíacas – normalmente encontradas em frutas e legumes.
O estudo foi apresentado por cientistas da Universidade de Scranton, na Pensilvânia, durante a 238ª Reunião da American Chemical Society (ACS), em Washington. Os polifenóis são a principal razão pela qual frutas e legumes – e alimentos como chocolate, vinho, café e chá – se tornaram conhecidos por seu potencial para diminuir o risco de doenças. Até agora, acreditava-se que esses cereais eram alimentos saudáveis e ajudavam a combater o câncer e doenças cardíacas por causa de seu alto teor de fibra, mas segundo os autores do estudo, ninguém havia comprovado a alta presença de polifenóis. “Mas recentemente, os polifenóis emergiram como potencialmente mais importantes. Os cereais matinais, macarrão, biscoitos e salgadinhos feitos à base de grãos (como pipoca) constituem mais de 66% do consumo de grãos na dieta americana”, disse o químico Joe Vinson, autor do estudo. Segundo os cientistas, a quantidade de antioxidantes encontradas em cereais integrais é comparável à encontrada nas frutas e legumes, por grama. Os polifenóis são substâncias químicas encontradas em muitas frutas, legumes e outras plantas, como frutas vermelhas, nozes, azeitonas, folhas de chá e uvas. Conhecidos como antioxidantes, eles removem os radicais livres do corpo. Os radicais livres são substâncias que têm potencial de danificar células e tecidos do corpo. Os cereais integrais com maior quantidade de antioxidantes são feitos com trigo, milho, aveia e arroz, nesta ordem, segundo Vinson. Segundo o químico, farinhas integrais também tem alto teor de antioxidantes, salgadinhos de grãos integrais tem ligeiramente menor quantidade de antioxidantes do que cereais matinais e, dentre esses salgadinhos, a pipoca é a mais rica em antioxidantes.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

apoptose por tiririca

"eu vou morrêêêêê...."
sempre que tiririca se sente em desvantagem ele dispara o hilário jargão acima, assim também ocorre com a célula. é necessário morrer para renascer, sempre que a célula se sente inapta ou prejudicada para alguma função vital ela recua e se mata.
a rã, insentos e a vida embrionária dos vertebrados são ótimos exemplos de apoptose, no início destas vidas suas formas eram completamente diferentes do que são hoje, a rã era um girino com rabo, o inseto era uma lagarta e nós um misto de ets e peixes. a medidada que o tempo passa as células ganham o comando para morrer e as formas finais são definidas.
a morte celular é um processo fisiológico totalmente normal, mas as células também podem morrer por processos não fisiológicos o que causa a maioria das doenças, estes processo não fisiológicos são chamados de necrose, enquanto o processo fisiológico é chamado de apoptose.
"A morte celular fisiológica é totalmente distinta da necrose. Em primeiro lugar, a célula não incha. Ao contrário, encolhe-se, destaca-se das células vizinhas e começa a apresentar bolhas em sua superfície (processo chamado de zeiose). A membrana e as organelas mantêm sua estrutura intacta e não há alterações evidentes no citoplasma. O núcelo, porém, sofre mudanças dramáticas: normalmente dispersa, a cromatina (conjunto dos cromossomos, que contêm o material genético) forma um ou mais aglomerados nas bordas internas da membrana nuclear. Isso basta para levar as células à morte. As que demoram a morrer podem sofrer outras mudanças: o núcleo parte-se e a célula também divide-se em estruturas ("corpos apoptóticos") contendo porções do núcleo, tomando uma forma inconfundível ao microscópio eletrônico. "

sábado, 15 de agosto de 2009

Aumenta a sobrevida de um portador de HIV em tratamento

Na mesma semana em que foi decodificada a estrutura completa do genoma do HIV-1, a variante mais disseminada do vírus da doença, responsável por 70% dos casos fatais de AIDS, um editorial da revista BMJ (British Medical Journal) reavaliou a mortalidade atual da doença, em face de novas terapias antirretrovirais.

O fato é que a introdução da terapia anti-retroviral na década de 1990 transformou a vida das pessoas com HIV e AIDS. O que foi outrora uma doença rapidamente progressiva, com uma esperança de vida muitas vezes medida em meses, tornou-se agora mais uma doença crônica onde tratamentos eficazes, bem tolerados, e amplamente disponíveis permitem que as pessoas afetadas levem suas vidas de modo relativamente normal.

Segundo o editorial da revista, noventa anos atrás um avanço terapêutico semelhante, o isolamento da insulina, transformou a vida de pessoas com diabetes tipo 1. Agora, modelos baseados em dados empíricos estimam que uma pessoa com 25 anos de idade e portadora do HIV, quando adequadamente tratada com terapia antirretroviral, pode esperar desfrutar de uma sobrevida média de 35 anos, muito semelhantes à sobrevida de um indivíduo da mesma idade com diabetes tipo 1.

Leia mais:

· O editorial está disponível para assinantes do BMJ à partir do link http://www.bmj.com/cgi/content/extract/338/jun18_1/b2165

· Leia mais sobre a codificação do genoma do HIV-1 na revista Veja desta semana em www.veja.com.br

· Leia mais sobre o HIV em Boa Saúde, em http://boasaude.uol.com.br/lib/showdoc.cfm?LibCatID=-1&Search=HIV&LibDocID=4403

· Leia sobre o HIV em Bibliomed (para assinantes), em http://bibliomed.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=5855&mode=browse , ou digite “HIV tratamento” e faça uma busca no site (no campo de Busca).

A apoptose na luta contra o câncer

Fonte: Biotec AHG

A apoptose não ocorre em células cancerosas, assim sendo, elas sobrevivem e podem formar tumores. Uma proteína chamada procaspase-3, presente em todas células, é transformada pelo organismo em uma enzima chamada caspase-3, dando início ao processo de destruição das células.

O fato deste processo natural de autodestruição não ocorrer em células cancerosas, levou os pesquisadores da Universidade de Ilinois a pesquisar mais de 20.000 substâncias sintéticas na esperança de encontrar uma que pudesse ativar a transformação da procaspase-3 em caspase-3.

Os pesquisadores encontraram uma molécula chamada PAC-1, a qual tem a capacidade de fazer a transformação necessária para que o processo de auto-destruição possa ser ativado causando assim a morte da célula cancerosa. Testes realizados em células cancerosas de ratos e de tumores humanos mostraram que a adição da PAC-1 ativa o processo de apoptose.

As pesquisas mostraram também que quanto maior a quantidade da proteína procaspase-3 nas células cancerosas, menor a quantidade de PAC-1 necessária para que ocorra a transformação. Outra descoberta feita pelos pesquisadores foi que as células saudáveis com níveis menores de procaspase-3 são pouco afetadas pela adição de PAC-1.

Segundo o coordenador da pesquisa, Paul Hergenrother, a habilidade do PAC-1 em ativar as enzimas relacionadas à autodestruição das células traz a possibilidade de selecionar os pacientes pela quantidade de procaspase-3 encontrada nas células do tumor, o que pode fazer com que o tratamento se torne individualizado.

“Apesar de representar uma nova terapia para o tratamento de vários tipos de câncer, maiores testes clínicos são necessários para verificar se possíveis efeitos adversos podem ocorrer em humanos”, comentou Michael Olson do Câncer Research UK.

Mangostão : Uma dádiva para a sua saúde

Anti-cancerígeno

O cancro começa sempre com uma única mudança numa única célula. Diariamente o sistema imunitário literalmente elimina imensas células aberrantes, que se poderiam tornar cancerígenas. A actividade anti-cancerígena dos fitocêuticos está bem documentada. Proantocianidinas, catequinas (derivadas de taninos) e polissacáridos, encontrados em muitas plantas e em altas concentrações no Mangostão, já demonstraram, em laboratório, terem capacidade protectora contra o cancro, em pelo menos três vertentes distintas:

  1. Previnem a formação de compostos carginogénicos ao bloquearem os co-carcinogénicos (como sejam: o fumo do tabaco, o álcool, as inflamações locais crónicas ou até o uso prolongado de contraceptivos orais, entre outros factores);
  2. Estimulam as defesas naturais que promovem a desintoxicação do organismo;
  3. Suprimem directamente o desenvolvimento de tumores.

Por tudo isto, o Mangostão é útil quando utilizado em conjugação com outros tratamentos que a medicina oferece para o cancro, e proporciona todos os seus benefícios sem haver necessidade de parar qualquer outra terapia.

O que diz a ciência???

Os seguintes estudos constam, mais detalhadamente, no Compêndio Clínico.

Anti-cancer effects of xanthones from pericarps of mangosteen.

Os autores já tinham feito um estudo sobre os efeitos que quatro xantonas preniladas (i.e. submetidas à adição de moléculas hidrofóbicas*) têm no impedimento da proliferação de várias células cancerígenas humanas. Tratou-se das xantonas alpha-mangostin, beta-mangostin, gamma-mangostin, e methoxy-beta-mangostin, sendo que todas elas, excepto a methoxy-beta-mangostin, inibiram fortemente a proliferação de células DLD-1 do cancro do cólon.

Neste estudo, pretende-se explicar o mecanismo que faz com que as referidas xantonas inibam o desenvolvimento das células DLD-1. Os investigadores confirmaram que estas xantonas interferem no ciclo celular das células cancerígenas em várias vertentes, sendo que a alpha-mangostin induz a apoptose* destas células. Concluiram também que existem efeitos sinergéticos no tratamento combinado da droga 5-FU e de alpha-mangostin. Em cobaias, verificou-se ainda que a alpha-mangostin tem um efeito preventivo de carcinogénese. Concluiram também que, quer a alpha-mangostin, quer a gamma-mangostin, promovem a actividade das células exterminadoras naturais* em cobaias.

Estas evidências indicam pois que o desenvolvimento das xantonas enquanto agentes para a prevenção do cancro deve ser tido em conta, bem como deve ser considerada a sua combinação com terapias baseadas em medicamentos de combate ao cancro.

Antiproliferation, antioxidation and induction of apoptosis by Garcinia mangostana (mangosteen) on SKBR3 human breast cancer cell line.

Este estudo teve como objectivo determinar os capacidades de anti-proliferação, de apoptose* e antioxidativas, do extracto do pericarpo do Mangostão, sobre células SKBR3 do cancro da mama. Estas células foram cultivadas e submetidas ao extracto do pericarpo do Mangostão.

Os cientistas confirmaram o efeito anti-proliferativo daquele extracto, e confirmaram que o mesmo estava associado à apoptose* das células cancerígenas. A confirmação da apoptose* foi feita porque ocorreram alterações morfológicas, bem como fragmentação oligonucleossomal do ADN (que é um processo que ocorre quando existe apoptose*). Adicionalmente, os cientistas verificaram ainda que aquele extracto tem capacidade para inibir a produção de espécies reactivas de oxigénio (radicais livres).

Concluíram pois que o extracto do pericarpo do Mangostão tem fortes capacidades anti-proliferativas, antioxidantes e promotoras de apoptose* das células cancerígenas, o que indica que este extracto tem potencial para a ser utilizado farmacologicamente na prevenção deste tipo de cancro.

Garcinone E, a xanthone derivative, has potent cytotoxic effect against hepatocellular carcinoma cell lines.

O tratamento do cancro hepático através de quimioterapia, tem geralmente desapontado e é mais do que necessário ter novas e mais eficientes abordagens assentes em novos fármacos.

Os investigadores extraíram e purificaram 6 compostos de xantonas do pericarpo do Mangostão. Fizeram, com este extracto, testes em 14 linhas diferentes de cancro hepático humano. Vários agentes da quimioterapia foram incluídos neste teste, para termo de comparação.

Os resultados demonstraram que um dos derivados das xantonas, a garcinone E, tem um potente efeito citotóxico (ou seja, elimina células), em todas as linhas de células cancerígenas hepáticas, bem como noutras linhas de células cancerígenas, gástricas e do pulmão, que foram igualmente incluídas neste estudo.

Os investigadores concluíram que a garcinone E pode ser fortemente útil no tratamento de certos tipos de cancros.

Inhibitory effects of crude alpha-mangostin, a xanthone derivative, on two different categories of colon preneoplastic lesions induced by 1, 2- dimethylhydrazine in the rat.

Pretendeu-se com este estudo analisar o impacto da xantona alpha-mangostin em termos de efeitos preventivos a curto-prazo, do surgimento de lesões pré-neoplásicas relativas a cancro do cólon de cobaias.

Trinta e três cobaias com cinco semanas de idade, foram divididas em cinco grupos. Aos grupos 1 a 3 foi dada uma injecção de 1,2-Dimethylhydrazine (utilizado para provocar cancro do cólon nas cobaias) por semana durante duas semanas. Às cobaias dos grupos 2 e 3, uma semana antes de iniciarem aquelas injecções, teve início a administração de uma dieta alimentar contendo respectivamente 0,02% e 0,05% da xantona alpha-mangostin. Esta dieta durou 5 semanas. Às cobaias do grupo 4 foi também administrada uma dieta com 0,05% de alpha-mangostin, enquanto que as cobaias do grupo 5 serviram de controlo, sem qualquer tratamento.

A experiência terminou cinco semanas depois de iniciar. Ambas as doses de alpha-mangostin, administradas aos grupos 2 e 3, exibiram uma capacidade inibitória de indução e/ou desenvolvimento de lesões pré-neoplásicas relativas a cancro do cólon, quando comparado com o grupo 1. Além disso, verificou-se que a administração de 0,05% de alpha-mangostin, ao grupo 3, diminuiu significativamente, comparativamente ao grupo 1, as displasias e a acumulação de beta-cateninas (que funcionam como oncogene, ou seja, que promovem a transformação de uma célula saudável numa célula cancerígena). As lesões detectadas nos grupos 2 e 3 foram igualmente significativamente mais baixas que as detectadas no grupo 1, e este efeito teve correlação com a dose de alpha-mangostin.

Os investigadores concluíram que a alpha-mangostin tem, curto-prazo, fortíssimos efeitos preventivos no cancro do cólon, e este estudo sugere ainda que exposições mais prolongadas podem resultar na supressão do desenvolvimento tumoral.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Doença de Pompe

Também chamada Glicogenose do tipo II, Deficiência de Alfa-Glicosidase Ácida, Deficiência de Maltase Ácida e Doença de Depósito de Glicogênio Tipo II
A doença de Pompe é uma doença de depósito lisossômico (DDL) causada pela atividade insuficiente da alfa-glicosidase-ácida. Esta enzima lisossômica é responsável pela degradação do glicogênio intra-lisossômico, que representa apenas uma pequena porcentagem (1-3%) do glicogênio celular total. A deficiência enzimática resulta no acúmulo do glicogênio nos lisossomos dentro dos vários tipos de células e tecidos. Eventualmente, isto leva a disfunções ou danos celulares, particularmente nos tecidos musculares cardíaco, respiratório e esquelético.
A apresentação clínica da doença de Pompe é altamente variável, na faixa mais grave do espectro da doença, a morte ocorre dentro do primeiro ano de vida devido à insuficiência cardiorrespiratória em 80% dos bebês (que tipicamente apresentam envolvimento do músculo cardíaco, e também do esquelético). Nos pacientes com início tardio, a fraqueza muscular esquelética e respiratória é progressiva e implacável, levando à dependência de cadeira de rodas e/ou de respirador e, em última instância, à morte entre o início da infância e o meio da vida adulta.

Apoptose

O termo "apoptose" foi introduzido em 1972, mas somente no início da década de 90 começou a ser intensamente investigado. "Apoptose" origina-se do grego e significa "cair fora" (Cotran et al., 1996), ou seja, é o mecanismo pelo qual a célula promove a sua autodestruição de modo programado. Esse fenômeno já foi observado, dentre outros processos, durante a embriogênese (principalmente nas fases de organogênese e de involução), durante os processos de metamorfose (relacionados principalmente a metaplasias), em quadros de alteração hormonal, como a menopausa (envolvendo as células endometriais), em tumores com fases de regressão ou de intensa proliferação e em algumas doenças virais (como a hepatite viral).

A importância desse mecanismo, em primeira instância considerado normal, relaciona-se primeiramente ao controle da densidade populacional de células normais; pode ser interpretado também como o instrumento de deleção de células danificadas por toxinas, radiação ou outros estímulos.

Os eventos celulares que fazem parte da apoptose incluem, inicialmente, a condensação da cromatina nuclear, oriunda da fragmentação do DNA por endonucleases; o mecanismo da ativação dessas endonucleases ainda não está completamente estabelecido. Há também diminuição do volume celular, decorrente de ligações interprotéicas no citoplasma. As células em apoptose manifestam receptores para macrófagos, os quais fagocitam essas células. Todos esses eventos são controlados por genes responsáveis pelo crescimento e diferenciação celular.

Necrose

"Morte de uma célula ou de parte de um tecido em um organismo vivo". A necrose é a manifestação final de uma célula que sofreu lesões irreversiveis. Segundo Guidugli-Neto (1997), o conceito de morte somática envolve a "parada definitiva das funções orgânicas e dos processos reversíveis do metabolismo". A necrose é a morte celular ou tecidual acidental em um organismo ainda vivo, ou seja, que ainda conserva suas funções orgânicas. Vale dizer que é natural que a célula morra, para a manutenção do equilíbrio tecidual. Nesse caso, o mecanismo de morte é denominado de "apoptose" ou "morte programada". A etiologia da necrose envolve todos os fatores relacionados às agressões, podendo ser agrupadas em agentes físicos, agentes químicos e agentes biológicos: 1) Agentes físicos: Ex.: ação mecânica, temperatura, radiação, efeitos magnéticos; 2) Agentes químicos: compreendem substâncias tóxicas e não-tóxicas. Ex.: tetracloreto de carbono, álcool, medicamentos, detergentes, fenóis etc. 3) Agentes biológicos: Ex.: infecções viróticas, bacterianas ou micóticas, parasitas etc. Esses agentes provocam o comprometimento dos níveis celulares de respiração aerobica, de Síntese protéica, de manutenção da integridade das membranas celulares e de manutenção da capacidade de multiplicação celular (RNA e DNA). A ação das causas sobre esses sistemas provoca a perda da homeostase e da morfostase celular de tal forma que a célula perde a sua vitalidade. A necrose, assim, abrange alterações regressivas reversíveis que, em algum ponto e por algum estímulo desconhecido, passam a ser Ireverssíveis;instalada a irreversibilidade e a necrose propriamente dita, inicia-se o processo de desintegração celular (autólise). As mudanças na morfostase se dão, principalmente, nos núcleos, os quais apresentam alteração de volume e de coloração à microscopia óptica. Essas alterações são denominadas de: 1) Picnose: o núcleo apresenta um volume reduzido e torna-se hipercorado, tendo sua cromatina condensada; característico na apoptose; 2) Cariorrexe: a cromatina adquire uma distribuição irregular, podendo se acumular em grumos na membrana nuclear; há perda dos limites nucleares; 3) Cariólise ou cromatólise: há dissolução da cromatina e perda da coloração do núcleo, o qual desaparece completamente. Já as modificações citoplasmáticas observadas ao microscópio óptico (essas modificações são secundárias às nucleares, sendo visíveis mais tardiamente) consistem na presença de granulações e espaços irregulares no citoplasma. Este torna-se opaco, grosseiro, podendo estar rompida a membrana citoplasmática. Intensa eosinofilia é característica, decorrente de alterações lisossomais e mitocondriais. As mudanças na homeostase ainda constituem capítulo obscuro na patologia segundo Guidugli-Neto (1997). Estudos moleculares têm mostrado que o primeiro evento observado é a alteração na bomba de sódio e potássio, provocando edema intracelular. O metabolismo celular é mantido graças à glicólise; acabando-se a reserva de glicogênio, ácidos são acumulados no interior da célula (principalmente ácido lático), o que leva à diminuição do pH. A acidez provoca a liberação de enzimas lisossomais, o que gera a hidrólise de proteínas essenciais para a célula (processo denominado de autólise)(Guidugli-Neto, 1997) .Observa-se que a perda da homeostase envolve o sistema respiratório celular (as mitocôndrias), o sistema enzimático (os lisossomas) e o sistema de membranas, o qual parece ter um papel crucial para o estabelecimento de lesões irreversíveis na célula.

TIPOS DE NECROSE

Diante das diversas formas de Diante das manifestação da necrose, existem inúmeras classificações para os seus diferentes tipos. Segundo Guidugli-Neto (1997), as necroses podem ser: 1) Necrose por coagulação (= isquêmica): causada por isquemia do local. É freqüentemente observada nos infartes isquêmicos. Há perda da nitidez dos elementos nucleares e manutenção do contorno celular devido à permanência de proteínas coaguladas no citoplasma, sem haver rompimento da membrana celular.
2) Necrose por liquefação: o tecido necrótico fica limitado a uma região, geralmente cavitária, havendo a presença de grande quantidade de neutrófilos e outras células inflamatórias (os quais originam o pus). É comum em infecções bacterianas. Pode ser observada nos abscessos e no sistema nervoso central, bem como em algumas neoplasias malignas.

3) Necrose caseosa: tecido esbranquiçado, granuloso, amolecido, com aspecto de "queijo friável". Microscopicamente, o tecido exibe uma massa amorfa composta predominantemente por proteínas. É comum de ser observada na tuberculose, em neoplasias malignas e em alguns tipos de infarto. Na sífilis, por ter consistência borrachóide, é denominada de necrose gomosa. 4) Necrose fibrinóide: o tecido necrótico adquire uma aspecto hialino, acidofílico, semelhante a fibrina. Pode aparecer na ateroesclerose, na úlcera péptica etc.

5) Necrose gangrenosa: provocada por isquemia ou por ação de microrganismo. Pode ser úmida ou seca, dependendo da quantidade de água presente. A úmida freqüentemente envolve a participação de bactérias anaeróbias, as quais promovem uma acentuada destruição protéica e putrefação. Comum em membros inferiores e em órgãos internos que entraram em contato com o exterior, como pulmões e intestino.
6) Necrose enzimática: ocorre quando há liberação de enzimas nos tecidos; a forma mais observada é a do tipo gordurosa, principalmente no pâncreas, quando pode ocorrer liberação de lipases, as quais desintegram a gordura neutra dos adipócitos desse órgão.
7) Necrose hemorrágica: quando há presença de hemorragia no tecido necrosado; essa hemorragia às vezes pode complicar a eliminação do tecido necrótico pelo organismo.

Fases da necrose - Baço

Transformações nucleares e citoplasmáticas observadas nas células de baço que sofreram necrose por coagulação. Em A, observam-se as células normais que compõem o baço; em B, núcleo em picnose, com diminuição de volume e intensa basofilia (hipercromatismo); em C, cariorrexe, ou seja, distribuição irregular da cromatina, a qual se acumula na membrana nuclear; nessa fase, o núcleo pode se fragmentar (D); em E, dissolução da cromatina e desaparecimento da estrutura nuclear. Observa-se também granulação do citoplasma, o qual se torna também intensamente eosinofílico (HE, 1000X).

Necrose por Coagulação no Baço

O tecido necrótico é caracterizado por intensa eosinofilia, devido à diminuição de pH oriunda da autólise. Nesse campo, ainda é possível visualizar a estrutura celular e alguns núcleos em diferentes estágios de perda de estrutura; com a evolução do processo de autodigestão, a tendência é a estrutura célula desaparecer completamente (HE, 1000X).

Morte celular e Necrose

NECROSE "Morte de uma célula ou de parte de um tecido em um organismo vivo". A necrose é a manifestação final de uma célula que sofreu lesões irreversiveis. Segundo Guidugli-Neto (1997), o conceito de morte somática envolve a "parada definitiva das funções orgânicas e dos processos reversíveis do metabolismo". A necrose é a morte celular ou tecidual acidental em um organismo ainda vivo, ou seja, que ainda conserva suas funções orgânicas. Vale dizer que é natural que a célula morra, para a manutenção do equilíbrio tecidual. Nesse caso, o mecanismo de morte é denominado de "apoptose" ou "morte programada". A etiologia da necrose envolve todos os fatores relacionados às agressões, podendo ser agrupadas em agentes físicos, agentes químicos e agentes biológicos: 1) Agentes físicos: Ex.: ação mecânica, temperatura, radiação, efeitos magnéticos; 2) Agentes químicos: compreendem substâncias tóxicas e não-tóxicas. Ex.: tetracloreto de carbono, álcool, medicamentos, detergentes, fenóis etc. 3) Agentes biológicos: Ex.: infecções viróticas, bacterianas ou micóticas, parasitas etc. Esses agentes provocam o comprometimento dos níveis celulares de respiração aerobica, de Síntese protéica, de manutenção da integridade das membranas celulares e de manutenção da capacidade de multiplicação celular (RNA e DNA). A ação das causas sobre esses sistemas provoca a perda da homeostase e da morfostase celular de tal forma que a célula perde a sua vitalidade. A necrose, assim, abrange alterações regressivas reversíveis que, em algum ponto e por algum estímulo desconhecido, passam a ser Ireverssíveis;instalada a irreversibilidade e a necrose propriamente dita, inicia-se o processo de desintegração celular (autólise). As mudanças na morfostase se dão, principalmente, nos núcleos, os quais apresentam alteração de volume e de coloração à microscopia óptica. Essas alterações são denominadas de: 1) Picnose: o núcleo apresenta um volume reduzido e torna-se hipercorado, tendo sua cromatina condensada; característico na apoptose; 2) Cariorrexe: a cromatina adquire uma distribuição irregular, podendo se acumular em grumos na membrana nuclear; há perda dos limites nucleares; 3) Cariólise ou cromatólise: há dissolução da cromatina e perda da coloração do núcleo, o qual desaparece completamente. Já as modificações citoplasmáticas observadas ao microscópio óptico (essas modificações são secundárias às nucleares, sendo visíveis mais tardiamente) consistem na presença de granulações e espaços irregulares no citoplasma. Este torna-se opaco, grosseiro, podendo estar rompida a membrana citoplasmática. Intensa eosinofilia é característica, decorrente de alterações lisossomais e mitocondriais. As mudanças na homeostase ainda constituem capítulo obscuro na patologia segundo Guidugli-Neto (1997). Estudos moleculares têm mostrado que o primeiro evento observado é a alteração na bomba de sódio e potássio, provocando edema intracelular. O metabolismo celular é mantido graças à glicólise; acabando-se a reserva de glicogênio, ácidos são acumulados no interior da célula (principalmente ácido lático), o que leva à diminuição do pH. A acidez provoca a liberação de enzimas lisossomais, o que gera a hidrólise de proteínas essenciais para a célula (processo denominado de autólise)(Guidugli-Neto, 1997) .Observa-se que a perda da homeostase envolve o sistema respiratório celular (as mitocôndrias), o sistema enzimático (os lisossomas) e o sistema de membranas, o qual parece ter um papel crucial para o estabelecimento de lesões irreversíveis na célula.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Doença de Parkinson: Possíveis causas

Mecanismos de lesão neuronal
Qualquer que seja a causa primária da doença de Parkinson, sabe-se que ela ocorre quando há perda de pelo menos 50% das células da substância negra o que corresponderia à perda de 80% da dopamina que chega ao estriado. Quando analisados ao microscópio, os cortes de substância negra apresentam poucos neurônios remanescentes e a presença característica de inclusões citoplasmáticas conhecidas por corpos de Lewy.
Os mecanismos envolvidos no processo degenerativo estão longe de ser elucidados. Evidências recentes sugerem a existência de defeitos no metabolismo dos neurônios da substância negra que poderiam desencadear o processo degenerativo. Tais defeitos, como discutido nos parágrafos anteriores, poderiam ter origem em determinantes genéticos ou ambientais. As principais teorias atualmente aceitas, como envolvidas nos mecanismos de lesão, são descritas a seguir:
Teoria do estresse oxidativo
Segundo essa teoria, moléculas instáveis denominadas radicais livres reagem com outras moléculas causando oxidação. Esse processo bioquímico é nocivo a diversos elementos da célula (incluindo a mitocôndria e a membrana celular) podendo levar à morte dessas células. Os radicais livres são produzidos no curso de reações químicas normais do organismo. Sabe-se há algum tempo que o processo normal de síntese e metabolismo de dopamina produz quantidade considerável de radicais livres. Em condições normais, o organismo livra-se dessas moléculas indesejáveis através de mecanismos eficientes de remoção.
Por algum motivo, na doença de Parkinson parece haver acúmulo de radicais livres na substância negra. Tal acúmulo poderia desencadear, ou pelo menos agravar, o processo degenerativo.
Deficiência da mitocôndria
Mitocôndrias são organelas celulares responsáveis pela produção de energia. Existem evidências de que mitocôndrias da substância negra (mas também de plaquetas e fibroblastos) funcionem de maneira anormal na doença de Parkinson. O motivo desse funcionamento anormal poderia ser primário (determinado geneticamente) ou secundário a outros eventos como agressão por radicais livres ou por alguma toxina ambiental. A esse respeito, vale lembrar que pelo menos uma toxina relacionada à produção de parkinsonismo, o MPTP, é tóxica à mitocôndria.
Teoria da excitotoxicidade
A comunicação entre células cerebrais realiza-se através de mensageiros químicos conhecidos como neurotransmissores. De modo simplificado, existem duas classes de neurotransmissores: excitatórios (como o glutamato) e inibitórios (como o GABA). Outros podem ser excitatórios ou inibitórios, dependendo do tipo de receptor que vai responder ao estímulo. A dopamina tem essas características mistas, como será discutido no capítulo seguinte.Em determinadas situações, pode haver atividade aumentada de vias excitatórias.
Como resultado desse bombardeio, ocorre aumento da quantidade de cálcio dentro da célula o que pode resultar no desencadeamento de processos bioquímicos que levam à morte celular.
Essa série de fenômenos conhecidos por excitotoxicidade não parece constituir o evento primário responsável pela morte celular na doença de Parkinson, mas existem evidências de que pode surgir posteriormente, contribuindo para amplificar e perpetuar o processo degenerativo.
É provável que a doença de Parkinson seja determinada pela combinação dos processos descritos acima, ou de outros ainda não revelados, e que a contribuição de cada um deles possa variar em cada caso.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Inauguração!!!

OLá Pessoal estamos muito felizes por estarmos hoje inaugurando o nosso blog, aki você ficará por dentro de tudo o que acontece no mundo da patologia. Estaremos postando sempre novos assuntos e queremos contar com visita de todos vocÊs...
Obrigado pela Visita e esteja sempre aki para saber todas as fofocas da patologia.