sábado, 28 de novembro de 2009

PRÓSTATA: Homens mal informados


A mamografia e o Papanicolau são exames feitos anualmente pelas mulheres acima dos 50 anos e fazem parte de uma política pública do Ministério da Saúde como prevenção do câncer. O PSA e o toque retal também são exames indicados como prevenção do câncer de próstata nos homens a partir de 45 anos, ou 40 anos se houver história familiar da doença. Mas, especialistas afirmam que esta prática é controversa, devido às incertezas dos benefícios e aos conhecidos riscos dos tratamentos.


Segundo pesquisas, duas delas na revista “British Medical Journal” (BMJ), não existem provas convincentes de que o rastreamento com dosagem de PSA no sangue (o antígeno específico da próstata, um marcador da doença) reduza o índice de mortes pelo câncer. Outro artigo, na revista “Arquivos de Medicina Interna”, da Associação Americana de Medicina, afirma que os homens não participam das decisões a respeito desse assunto e são desinformados sobre os riscos e benefícios de exames como toque retal e PSA.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) já havia dito não existir base sólida científica para recomendar o toque retal e o PSA. Para o instituto, esses exames não mostraram, até o momento, sucesso em reduzir a mortalidade, ou seja, não vale a pena recomendá-los como uma política de saúde pública para homens sem sintomas. E levam a muitas cirurgias desnecessárias, com prejuízos financeiros e à qualidade de vida. “Uma coisa é a consulta com seu médico, no qual ele sugere ou não o PSA, o toque retal e biópsia. Outra é aplicar isso como política pública, como se faz com a mamografia e o Papanicolau. Nenhum país do mundo indica toque retal como método de triagem populacional. Ele faz parte do exame físico”, diz o médico José Eduardo Couto Castro, coordenador geral de assitência do Inca.

A medicina ainda desconhece as causas do câncer de próstata. Estudos recentes revelaram a existência de genes que, quando defeituosos, estariam relacionados com a doença. E até um vírus, chamado XMRV, poderia ser o responsável por alguns dos casos. Essas pesquisas abrem caminhos diferentes para a prevenção com vacinas e poderiam levar a tratamentos mais eficientes.

FONTE: INCA

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