O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica. A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos.
O câncer do colo do útero tem sua origem principal na junção escamo colunar, tanto do epitélio escamoso como do epitélio colunar. São reconhecidas duas principais categorias de carcinomas invasores da cérvice:
• Carcinoma de células escamosas - representa cerca de 80% dos casos.
• Adenocarcinoma - representa cerca de 10% dos casos, demonstrando aumento crescente da incidência em mulheres mais jovens, talvez pelo uso indiscriminado de contraceptivo hormonal.
Tendo em vista que o câncer do colo uterino é uma das causas mais importantes de morbidade e mortalidade feminina no Brasil, um dos grandes desafios dos países em desenvolvimento é a ampliação dos programas de prevenção e detecção precoce.
A detecção e o tratamento das lesões precursoras (neoplasias intraepiteliais cervicais - NIC) devem ser considerados como metas prioritárias para a redução da incidência do câncer do colo uterino.
Nos estádios iniciais do câncer, os tratamentos conservadores, como a conização ou traquelectomia radical com linfadenectomia por via laparoscópica, devem ser considerados.
Para lesões invasoras pequenas menores do que 2cm, devem ser consideradas as cirurgias menos radicais, evitando assim as complicações e morbidades provocadas por cirurgias mais radicais.
Para os estádios IB2 e IIA volumosos (lesões maiores do que 4cm), IIB, IIIA, IIIB e IVA, os informes científicos, no momento, orientam para tratamento quimioterápico combinado com a radioterapia (RXT).
FONTE: INCA