segunda-feira, 30 de novembro de 2009


O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica. A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos.
O câncer do colo do útero tem sua origem principal na junção escamo colunar, tanto do epitélio escamoso como do epitélio colunar. São reconhecidas duas principais categorias de carcinomas invasores da cérvice:

• Carcinoma de células escamosas - representa cerca de 80% dos casos.

• Adenocarcinoma - representa cerca de 10% dos casos, demonstrando aumento crescente da incidência em mulheres mais jovens, talvez pelo uso indiscriminado de contraceptivo hormonal.

Tendo em vista que o câncer do colo uterino é uma das causas mais importantes de morbidade e mortalidade feminina no Brasil, um dos grandes desafios dos países em desenvolvimento é a ampliação dos programas de prevenção e detecção precoce.
A detecção e o tratamento das lesões precursoras (neoplasias intraepiteliais cervicais - NIC) devem ser considerados como metas prioritárias para a redução da incidência do câncer do colo uterino.
Nos estádios iniciais do câncer, os tratamentos conservadores, como a conização ou traquelectomia radical com linfadenectomia por via laparoscópica, devem ser considerados.
Para lesões invasoras pequenas menores do que 2cm, devem ser consideradas as cirurgias menos radicais, evitando assim as complicações e morbidades provocadas por cirurgias mais radicais.
Para os estádios IB2 e IIA volumosos (lesões maiores do que 4cm), IIB, IIIA, IIIB e IVA, os informes científicos, no momento, orientam para tratamento quimioterápico combinado com a radioterapia (RXT).



FONTE: INCA


sábado, 28 de novembro de 2009

Câncer: exames são questionados

Que ninguém deixe de fazer anualmente exames para detectar tumores de mama e de próstata depois de ficar sabendo que a Sociedade Americana do Câncer – que durante muito tempo foi uma sólida defensora da maior parte dos testes para a detecção de tumores – agora acha que os benefícios da detecção prematura de muitas formas da doença, em especial de mama e de próstata, seriam exagerados.

A notícia veiculada no New York Times diz que a entidade vai exibir uma mensagem no seu site a partir do ano que vem enfatizando que o rastreamento antecipado de cânceres de mama e próstata e outros pode levar a um supertratamento de tumores muito pequenos e, ao mesmo tempo, deixar passar cânceres que seriam realmente letais.
Segundo a Sociedade Americana do Câncer, que trabalha com mais de dois milhões de voluntários, os testes para a detecção do câncer de próstata têm sido problemáticos e a organização não defende os exames para todos os homens, pois o método de detecção deste tumor, chamado PSA, não tem se revelado suficiente para evitar mortes por esta doença.
O pesquisador Colin Beg, do Centro de Câncer Memorial Sloan-Kettering, de Nova York, teme que esse alerta da Sociedade Americana do Câncer possa confundir o público e fazer com que as pessoas evitem alguns deles. “Tenho medo de que as mudanças na forma como encaramos esses exames levem as pessoas achar que não devem fazê-los. Esses testes não se tornaram inúteis”, afirma.
Os pesquisadores da Sociedade Americana de Câncer se defendem dizendo não acreditam que todos os testes de detecção devem ser deixados de lado. O que eles dizem é que, quando uma pessoa toma a decisão de fazer um exame desses, ela deve estar ciente dos seus riscos e beneficios. Uma análise diviulgada na revista da Associação Médica Americana indica um aumento de 40% nos diagnósticos de câncer de mama e quase o dobro do aumento dos pacientes dignosticados em estágio inicial.
Estudos realizados entre as décadas de 1960 e 1980 apontaram que a mamografia (foto) reduziu a taxa de mortalidade por câncer de mama em até 20%

PRÓSTATA: Homens mal informados


A mamografia e o Papanicolau são exames feitos anualmente pelas mulheres acima dos 50 anos e fazem parte de uma política pública do Ministério da Saúde como prevenção do câncer. O PSA e o toque retal também são exames indicados como prevenção do câncer de próstata nos homens a partir de 45 anos, ou 40 anos se houver história familiar da doença. Mas, especialistas afirmam que esta prática é controversa, devido às incertezas dos benefícios e aos conhecidos riscos dos tratamentos.


Segundo pesquisas, duas delas na revista “British Medical Journal” (BMJ), não existem provas convincentes de que o rastreamento com dosagem de PSA no sangue (o antígeno específico da próstata, um marcador da doença) reduza o índice de mortes pelo câncer. Outro artigo, na revista “Arquivos de Medicina Interna”, da Associação Americana de Medicina, afirma que os homens não participam das decisões a respeito desse assunto e são desinformados sobre os riscos e benefícios de exames como toque retal e PSA.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) já havia dito não existir base sólida científica para recomendar o toque retal e o PSA. Para o instituto, esses exames não mostraram, até o momento, sucesso em reduzir a mortalidade, ou seja, não vale a pena recomendá-los como uma política de saúde pública para homens sem sintomas. E levam a muitas cirurgias desnecessárias, com prejuízos financeiros e à qualidade de vida. “Uma coisa é a consulta com seu médico, no qual ele sugere ou não o PSA, o toque retal e biópsia. Outra é aplicar isso como política pública, como se faz com a mamografia e o Papanicolau. Nenhum país do mundo indica toque retal como método de triagem populacional. Ele faz parte do exame físico”, diz o médico José Eduardo Couto Castro, coordenador geral de assitência do Inca.

A medicina ainda desconhece as causas do câncer de próstata. Estudos recentes revelaram a existência de genes que, quando defeituosos, estariam relacionados com a doença. E até um vírus, chamado XMRV, poderia ser o responsável por alguns dos casos. Essas pesquisas abrem caminhos diferentes para a prevenção com vacinas e poderiam levar a tratamentos mais eficientes.

FONTE: INCA

CÂNCER - Estimativas do INCA para 2010.

A doença não cai do céu e não se instala de repente dentro do organismo. Nós temos a nossa parcela de culpa quando adquirimos uma doença: são os nossos péssimos hábitos de vida a porta de entrada de doenças como, por exemplo, o câncer. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil em 2010 terá quase 500 mil pessoas diagnosticadas com esta doença; precisamente 489.270 (incluindo o tumor de pele não melanoma, o mais comum e de melhor prognóstico).

Esses números estão na análise “Estimativa 2010: Incidência de Câncer no Brasil“, publicado a cada dois anos. Nunca é demais repetir: boa parte desses casos pode ser prevenida com medidas preventivas como interrupção do hábito de fumar, melhor alimentação e prática de exercícios físicos. O Inca diz que com o controle do tabagismo, 30% dos cânceres, de um total de 375.420, seriam evitados. Isso corresponde a 112.626 casos. Uma dieta rica em frutas, verduras e fibras, e pobre em gorduras ajudaria a prevenir 35% dos cânceres. Só este ano, os custos econômicos com novos casos de câncer no mundo devem ficar em torno de US$ 305 bilhões.
De acordo com a análise do Inca, a doença atingirá mais mulheres (51,3% – 192.590) que homens (182.830) no país. Segundo o Inca, os tumores mais frequentes entre os brasileiros em 2010 e 201, depois do câncer não melanoma, serão próstata (52.350), mama (49.240), cólon e reto (28.110), traqueia, brônquio e pulmão (27.630), estômago (21.500), colo de útero (18.430), cavidade oral (14.120), esôfago (10.630), leucemias (9.580), melanoma (5.930) e outros (137.900).
O estudo do Inca analisou a incidência do câncer em relação às regiões do país: nas mulheres do Norte, o câncer de colo de útero terá maior prevalância, com 22,8 casos novos por 100 mil babitantes. Em outras áreas, predomina o câncer de mama; no Sudeste, o índice chega a 64,5. Em relação ao tumor de mama, o Rio de Janeiro é um dos estados que apfresentará maior índice: 7.470 novos casos. Em São Paulo, a estimativa para os próximos dois anos é de 15. 080. Entre os homens no Rio Grande do Sul, a maior incidência será de câncer de próstata (4.510). Já no Ceará, o tumor de estômago será o terceiro mais diagnosticado no sexo masculino: 730 casos. A estimatica, segundo os médicos do Inca é uma das principais feramentas para o planejamento e a gestão da saúde pública em câncer no Brasil.

FONTE: INCA

MICROSCOPIA - Neoplasias


Quadro histológico de carcinoma epidermóide (HE, 400X). A seta aponta uma célula neoplásica bastante diferente das demais, também neoplásica. Isso indica que essas células, já bastante mutadas, estão sofrendo várias outras mutações, iniciando novas populações celulares diferentes das demais, já diferenciadas da população normal. Quanto mais distante está uma célula, em termos de fenótipo, da célula normal, mais desdiferenciada ela está; quanto mais próxima ela se aproxima de sua primitividade (detectada pela forma e pelo comportamento de multiplicação, o qual está aumentado) mais indiferenciada ela está.




Carcinoma epidermóide, uma neoplasia maligna epitelial. As células apresentam um comportamento diferente (veja a variabilidade de formas e tamanhos - setas) e estão alteradas geneticamente, sendo essa alteração transmitida por intermédio das divisões celulares mitóticas. Vemos ao centro uma mitose no tecido neoplásico, um forte indicativo de proliferação das células neoplásicas e de manutenção desse tecido (HE, 1000X).

NEOPLASIAS

"Proliferações locais de clones celulares cuja reprodução foge ao controle normal, e que tendem para um tipo de crescimento autônomo e progressivo, e para a perda de diferenciação."

O conceito indica bem a origem da palavra "neoplasia": "neo"= novo; "plasia" = formação. O crescimento autônomo de uma população celular, bem como a liberdade de diferenciação (a perda da diferenciação pode ser entendida como uma ação que a célula adquire de se especializar segundo novas regras, interpretada por nós como sendo uma perda da diferenciação normal) indicam que há um novo tecido se formando no local.
Alguns autores chamam as neoplasia de "tumor", a despeito de esse termo se referir a qualquer aumento de volume (lembre-se do sinal cardinal "tumor" nas inflamações) não necessariamente neoplásico. Trata-se de um convenção cuja adoção e proposta devem ser sempre esclarecidos pelo grupo que a adota.

Um ponto importante desse novo tecido no local, com características próprias, é que as células que o compõem estão alteradas geneticamente (a teoria de que a origem das neoplasias, bem como dos demais grupos de patologias está no código genético está cada vez mais forte hoje, haja visto o projeto genoma, de âmbito mundial...). Isso indica que a célula-mãe, estando alterada geneticamente, passará essa alteração para as células-filhas. Esse fato, aliado ao desconhecimento do mecanismo completo de formação das neoplasias e de sua etiologia, fazem destas um grupo de patologias de cura difícil e de inúmeros investimentos em pesquisa no mundo inteiro.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

MICROSCOPIA - Congestão Passiva Crônica (Fígado)



Complicação da congestão passiva crônica em fígado. Veja a área de necrose (N) provocada pela ausência de circulação sangüínea no local levando a hipóxia. A deficiência de circulação é devida ao mal funcionamento do sistema de veias do órgão.